domingo, 31 de maio de 2015

O que você captura ?

"(...)Você olha a janela todo dia. O que você aprende do que o seu olho
apreende? Do que a sua antena capta, o que você captura?
...Eu quero é mais: tevês de bolso, tevês descartáveis, telas circulares,
novas possibilidades de alteração da imagem e do som, maior número de
emissoras, programação constante sem interrupção de madrugada, salas
com muitos aparelhos, para ligá-los ao mesmo tempo em canais diferentes
- como em O Homem Que Caiu na Terra, ou como os mendigos que assistem
as pilhas de televisores ligados nas vitrines das lojas.
A televisão ensina muitas coisas; até mesmo no telecurso.
Não adianta conversar com a sua avó sobre os novos modelos de
computador. Você vai ter que falar de outras coisas (ou falar de outro jeito
sobre os computadores). Se você não se permite isso, vai 􀏐icar conversando
só com o pessoal da IBM. Ou com os próprios computadores.
Agora você pode querer aprender outras coisas. Você olha a janela
para quê?"
Arnaldo Antunes, A realidade também emburrece, em Folha de São Paulo, 28/10/85

domingo, 4 de janeiro de 2015

Poems don't always have to rhyme, Moonrise Kingdom

"Sam: Why do you always use binoculars?
Suzy: It helps me see things closer. Even if they're not very far away. I pretend it's my magic power.
Sam: That sounds like poetry. Poems don't always have to rhyme, you know. They're just supposed to be creative."



sábado, 14 de junho de 2014

O Sol é para todos, Harper Lee

"O Sol é para Todos" foi o 1º livro para "gente grande " que li. Eu devia ter uns 11 anos e é claro que não entendi a complexidade dos assuntos abordados no texto, que depois vim saber tratar-se de um clássico da lit. Americana.
Sempre tive um carinho enorme por esse livro. Minha mãe leu, minha irmã leu e depois eu li.
Se eu tivesse um pai, queria que ele fosse o Atticus, se eu tivesse um irmão o Jem seria perfeito...
Vou reler com carinho.E lembrar de pegar o exemplar que está lá na estante da minha mãe.Sem capa e amarelado, mas que além da historia da Scout, traz pra mim o cheirinho da minha infância.Dessas coisas que só os livros nos trazem.

domingo, 4 de maio de 2014

Eu


Eu achava que eu era música, mas agora sei que eu sou texto



Uma Vida baseada em uni-duni-tê

Podem colocar na minha biografia: "E as escolhas de sua vida foram baseadas em  uni-duni-tê".

Antes mesmo de vir ao mundo, fui tema involuntário de um sorteio. Explico/: Minha mãe queria que meu nome fosse Marjorie (nome de uma modelo que fazia sucesso nos 70´s). Meu avô retrucou: "Mas eu nunca vou saber falar isso" (o nome é francês, pronuncia-se mais ou menos, faz biquinho: /MarRjôrri/) e sugeriu um monte de outros nomes (sabendo que ele queria batizar minha irmã de Edméia, vocês podem ter uma idéia da lista).
Reza a lenda que mamãe não queria ir contra as ideias do vovô, mas também não curtiu nenhum dos nomes apresentados (ufa) e alguém teve a fabulosa idéia de fazer um sorteio de nomes (#medo), colocando todas as opções num saquinho e fazer uma melhor de 3. Renato seria uma homenagem ao meu padrinho e não só entrou no saco, como dizem ter saído 3 vezes. (#sorte).
Na minha infância, segui a sina. Escolhia tudo na base do sorteio, par ou impar ou do "uni-duni-tê", de doces a quem seria o líder do time de queimado.
Na adolescência fui aprimorando as técnicas e escolhia músicas para ouvir e roupas no uni-duni-tê e sinceramente nem percebia, era natural pra mim.
Hora de escolher o curso da Faculdade, claro que seria no sorteio, estilo melhor de 3 e, 3 vezes Letras. Pronto, decidido.
Quando contei isso,despretensiosamente num bate papo com a Marcela, amiga da vida inteira e, formada em...Matemática, é claro que ela analisou e falou:"mas se você sempre começar o "uni-duni-tê" pelo lado direito, o esquerdo ganhará e vice-versa, já que a musiquinha tem um numero certo de silabas, noves fora, multiplicado por 30 e dividido pela enésima potência  blábbáblá #MEUMUNDOCAIU , afinal se estou numa lanchonete escolhendo um sanduíche não dá tempo de fazer o sorteio melhor de 3 e era sempre o "uni-duni-tê" que me salvava.
Assim, depois de muito pensar, desenvolvi um novo método "uni-duni-tê" que é quase uma coreografia. Quase um captcha da vida real. Voltei a minha vida normal.