domingo, 13 de fevereiro de 2011

Poesia




Trabalho realizado na disciplina de Montagem Cinematográfica da Universidade Federal de Santa Catarina.
Animação e voz: Gustavo Remor Moritz

Poema: A bunda, que engraçada
De Carlos Drummond de Andrade

A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar
Esferas harmoniosas sobre o caos.
A bunda é a bunda
redunda.

Um comentário:

Ni Barreto disse...

tratando a bunda assim, nem dá pra xingar ninguém de cara de bunda... rs