70´s baby...

O estilo dos anos 70, com todo seu psicodelismo e rock n´roll sempre me fascinou. Das calças bocas de sino, passando pelos road movies até aos rocks psicodélicos.
Hoje assisti ao filme “Quase famosos” (Almost Famous),que conta a historia de um menino de 15 anos, que meio sem querer parte em turnê com uma banda de rock tendo a missão de escrever uma matéria sobre essa banda para a revista Rolling Stone.O moleque roda os EUA, experimentando e vivendo de tudo.O filme pode ser sobre rock, sobre amor, sobre escrever, sobre encontrar seu caminho, sobre crescer ou tudo isso junto, você escolhe.(Ótimo filme por sinal)
Hoje tive saudades...
Esse filme me fez voltar ao ano de 1993, ano em que eu queria estar em 1973.
Os filmes que eu assistia as músicas que eu ouvia, as roupas que eu usava... Tudo remetia ao estilo setentista.
A MTV tinha chegado há pouco tempo no Brasil e tenho que admitir que isso muito influenciou no comportamento dos jovens da época. Comprávamos as revistas que tinham estampadas em suas capas as fotos dos artistas que estavam na programação da MTV. Queríamos ouvir o que estes astros ouviam, saber qual era fonte em que eles bebiam.E eles bebiam nos 70´s.
Assim cheguei ao Doors, aos Ramones, ao Led zeppelin.. Uma coisa naturalmente levando a outra. Do lado brasileiro eram os Mutantes de quem eu mais gostava. Tive também a fase Raul Seixas. Caetano veio logo depois. Teve ainda a onda punk rock, Ramones, Replicantes e Sex Pistols. Além do rock, ouvia também muito blues. Albert Johnson, Eric Clapton, Steve Ray Vaugahn.
A grande onda era ir assistir vídeos na casa da minha amiga Adriana. Vimos “Doors” do Copolla, Woodstock, além de shows do Hendrix e outros. Depois do filme e da pipoca (!!) ficávamos ouvindo rádio.Sim, existia uma estação de rádio que tocava as músicas que gostávamos de ouvir.Era a Fluminense FM, “A maldita”.A primeira e única rádio rock do Rio de Janeiro.
E as roupas? Sempre usávamos alguma peça preta. Eu com meus longos cabelos vermelhos e óculos escuros de lentes combinando com eles.Cada uma das minhas amigas tinha um estilinho: Surfistinha, outra meio gótica, hippie e por ai vai.
Num dia qualquer cismamos que todas nós tinhamos que ter mais de um furo na orelha. E foi um tal de agulha e álcool.Cada uma furando a orelha da outra a sangue frio!!No agulhão e gelo!Loucura?Nem tanto, porque a Rutinha fez um furo na minha orelha dentro da escola, acho que foi na hora do recreio.
Ah, e o Sacristia? Era nossa igreja. Todo domingo estávamos lá no barzinho mais underground de Bangu. Ótimos shows, grandes porres.
Falando em porres, como não mencionar as festinhas? Muitas delas aconteciam a base de 1 garrafa de vinho, um sonzinho rolando e muita, mas muita conversa jogada fora.
Papos metafísicos, papos musicais, papos familiares, dúvidas, certezas, questionamentos, sonhos, quereres, impossibilidades, astrologia...
Essa foi a época em que eu mais me aproximei de algo místico, digamos assim.E lia muito, de tudo, sobre tudo.De Rosa Cruz a Allan Kardek.Da biografia do Jim Morrison à História do Blues.Romance de banca de jornal à poesia.Foi também a época do primeiro contato com a Literatura Brasileira, fato que muito me influenciou posteriormente.Como alguém já me disse, foi a época da formação da minha personalidade.Que bom.
Hoje tive saudades...