quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Da Chapeuzinho Vermelho,

“(...) “Chapeuzinho Vermelho” fala das paixões humanas, voracidade oral, agressão e desejos sexuais pubertais. Opõe a oralidade educada da criança em maturação (levar os doces para a Vovó) à sua forma canibalista primária (o Lobo que engole a menina e a avó). Com sua violência, incluindo a que salva as duas mulheres e destrói o lobo quando o caçador abre a barriga do animal e coloca pedras dentro, o conto de fadas não mostra o mundo cor de rosa. A estória termina quando todas as figuras - a mãe, a menina, a avó, o caçador e o lobo – “fazem o que é devido”: o lobo tenta escapar e cai morto, então o caçador tira a pele do lobo e a leva para casa; A Avó come o que Chapeuzinho lhe trouxe; e a menina aprendeu a sua lição.Não existe uma conspiração de adultos para forçar o herói a emendar-se como exige a sociedade – um processo que nega o valor da autodireção interna. Em vez dos outros fazerem as coisas por ela, a experiência de Chapeuzinho leva-a a modificar-se, já que promete a si própria “enquanto viver, não sair do caminho para entrar na floresta...”.
“(...) O conto de fadas possui internamente a convicção de sua mensagem: por conseguinte, não necessita prender o herói a um modo específico de vida. Não precisa dizer o que Chapeuzinho fará, ou qual será seu futuro. Devido à experiência, ela será capaz de decidir por conta própria. (...).
Chapeuzinho perdeu sua inocência infantil quando se encontrou com os perigos do mundo e os de dentro dela, e trocou-os pela sabedoria que só os que “renascem” possuem: os que não só dominam uma crise existencial, mas também tomam consciência de que era sua própria natureza que os projetava na crise. A inocência infantil de Chapeuzinho morre quando o lobo se revela e a engole.Quando sai do estômago do lobo, ela renasce num palmo superior de existência, relacionando-se de modo possitivo com os pais, não mais como criança; ela volta à vida como uma jovem donzela.” (A psicanálise dos contos de fadas. Bettelheim, Bruno.)

*A análise da estória “Chapeuzinho vermelho” é uma das melhores e mais completas do livro. Talvez, porque como o próprio autor conta, este é um dos contos de fadas mais adorados e divulgados no mundo e lida com diversos e profundos dilemas próprios da natureza humana.
Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho e O soldadinho de Chumbo sempre foram as minhas preferidas.
Acho que Branca de Neve é por causa do filme “Branca de Neve e os 3 patetas” que passava quase toda semana na Sessão da tarde na minha infância, e também, por causa da frase “e ela era mais branca que a neve(...)”.
O soldadinho de chumbo” sempre me encantou pela melancolia do soldado, o amor quase impossível pela bailarina...Meu livro de historias tinha belíssimas imagens desta estória.
E Chapeuzinho porque...não sei.Talvez a análise do conto responda.

2 comentários:

Ni Barreto disse...

...e todos foram felizes para sempre...

carol guimarães disse...

o prazer?

já pensou em chocolate?